quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Aprovada a Lei que proibe evangélicos de venderem o Acarajé como “Bolinhos de Jesus

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http://religioesafroentrevistas.wordpress.com/2012/04/01/aprovada-a-lei-que-prioibe-evangelicos-de-venderem-o-acaraje-como-bolinhos-de-jesus/

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

FESTA DO INHAME

MITOLOGIA DE OXAGUIAN 

Oxalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra.

Ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de Elemoxó, 1518290_371322413011282_27254502_n

outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã.

Gostava de guerrear e comer.

Gostava muito de uma mesa farta.

Comia caracóis, canjica, pombos brancos, mas gostava mais

de inhame amassado.

Jamais se sentava estavam sempre atrasados, pois eram

muito demorado preparar o inhame.

Elejigbô, o rei do Ejigbô, estava assim sempre faminto,

sempre castigando as cozinheiras, sempre chegan1480560_371323259677864_1799002002_ndo tarde para fazer a guerra.

Oxalá então consultou os babalaôs, fez suas oferendas

a Exu e trouxe para a humanidade uma nova invenção.

O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão ficou mais

fácil preparar o inhame e Elejigbô pode ser fartar e fazer todas as suas guerras.

Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame que todos

agora o chamam de “Orixá Comedor de Inhame Pilado”,

o mesmo que Oxaguian na língua do lugar.

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FESTA DO INHAME ACONTECEU NO ILÊ AXÉ XANGÔ AGANJU em 14/12/2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

…e os filhos festejaram sua mãe…

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Iemanjá vivia sozinha no Orum.

Ali ela vivia, ali dormia, ali se alimentava.

Um dia Olodumare decidiu que Iemanjá

precisava ter uma família,

ter com quem comer, conversar, brincar, viver.

Então o estômago de Iemanjá cresceu e cresceu

e dele nasceram todas as estrelas.

Mas as estrelas foram se fixar na distante abóboda celeste.

Iemanjá continuava solitária.

Então de sua  barriga crescida nasceram as nuvens.

Mas as nuvens perambulavam pelo céu

até se precepitarem em chuva sobre a terra.

Iemanjá continuava solitária.

De seu estômago nasceram então os orixás,

nasceram Xangô, Oiá, Ogum, Ossaim, Obaluaê e os Ibejis.

Eles fizeram companhia a Iemanjá.

Os filhos fizeram festa à mãe.

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Ilê Axé Xangô Aganjú festeja a Rainha do Mar.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PORQUE LAVAR AS MÃOS SALVAM VIDAS!

Em homenagem ao Dia Nacional da Umbanda, institucionalizaconvite 1do pelo Decreto Lei 12.644, de 16 de maio de 2012, o ILÊ AXÉ XANGÔ AGANJU, realizou encontro de acolhimento da comunidade e o Sistema Público de Saúde_ SUS.

As mãos têm grande importância para os rituais da Matriz Africana. É através das mãos que se transmite o axé, se massera as ervas,

a Mãe de Santo_ aquela que cuida do ori-axé_ fazem isso pondo a mão na cabeça dos seus filhos sagrados. As mãos são importantes,

também, na vida do homem: elas são usadas para lavar o rosto, pegar os instrumentos de trabalho na roça, levar a comida à boca, acariciar

as crianças, escrever, coçar, acenar.

Na mitologia africana não há conceito para “o bem e o mal”, tudo o que fazemos tem consequências, e por essas consequências somos responsáveis. Se praticamos saúde, teremos saúde como resultado; se praticamos doença, doença teremos como resultado.

Podemos afirmar que nossas mãos transmitem tanto o bem quanto o mal.

1479021_179922725542089_574580644_nQuando alimentamos o cachorrinho de estimação, pondo um biscoito em sua boca, e logo depois acariciamos a pessoa amada que  está conosco, ou levamos a mão a nossa boca, isso é bom ou mau? A mão precisa ser limpada, lavada com bastante água e sabão, pois nesse simples movimento poderá estar infectando nosso corpo ou de outra pessoa com milhões de bactérias nocivas.

A comunidade do Village Campestre II, compareceu e participou atentamente das orientações da Unidade da Saúde da Família (USF), do Sistema Único de Saúde, cuja gestão é de responsabilidade do Município de Maceió, através da Secretaria Municipal da Saúde.1424522_179919742209054_2067596307_n

E o povo vai se aprochegando, se ajeitando no salão do terreiro de Xangô…

As orientações passam pela conversação, a oralidade e o fazer prático para memorizar o que foi ensinado ou orientado.1425592_179920042209024_119532848_n

O Sistema Único de Saúde_ SUS, tem como princípios a UNIVERSALIDADE, ou seja é para todos, independente de credo, cor, etnia, gênero, cultura; a INTEGRALIDADE, ou seja, faz a saúde toda, do começo ao fim. Para isso tem que compreender aonde está e quem é o seu usuário, sua cultura, religião, etnia, cor, se é homem ou mulher, criança ou adulto ou mais velho, qual a sua orientação sexual, por que não somos todos iguais; e a EQUIDADE, ou seja, o sistema público de saúde, tendo claro que somos diferentes, busca a realizar um serviço que atenda as necessidades de todos (os diferentes) da mesma forma, buscando a harmonização, o equilíbrio. Por isso o tratamento diferenciado para homens e mulheres, crianças – idosos e adultos, homossexuais e heteros, negros, índios, ciganos, pessoas com deficiência, mulheres grávidas e mulheres jovens. TUDO faz parte do Sistema e ele tem que olhar sempre para todos, e todos_ através da participação social e ‘'do controle social, devem permanentemente olhar para o sistema.

Sabendo que se não lavarmos as mãos podemos transmitir doenças para nosso corpo e também para outras pessoas, entendemos que a PREVENÇÃO é o melhor remédio.

Lavar as mãos é um hábito que vamos praticar todos os dias, no entanto, para que o corpo fique saudável, sem veminoses, a equipe da Unidade de Saúde Familiar_ USF, ministrou a distribuição de anti-helmíticos, que são remédios que combatem os vermes, gerados por bactérias que entram em nosso corpo, principalmente, PELAS MÃOS mal-lavadas.

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“A Família do Ilê Axé Xangô Aganju acolhe o SUS,  e estabelece parceria com o poder Público”, diz Marcelle de Xangô, Iyalorixá do Terreiro.

Fotos de Marcelle Bulhões e Isis Lessa

segunda-feira, 10 de junho de 2013

EQUIPE DO CENTRO DE REFERÊNCIA  EM CIDADANIA  E DIREITOS HUMANOS E DA MULHER DE ALAGOAS, realiza Oficina de palestras no Ilê Axé Xangô Aganjú - Maceió/AL.



Prefeito Rui Palmeira criará órgão para o trato da questão racial, em Maceió.

A Secretária Executiva do Gabinete do prefeito Rui Palmeira, Adriana Toledo representou o prefeito Rui Palmeira à mesa de abertura da Sessão Diálogos: “Os 125 anos da Abolição Inconclusa e as Perspectivas Contemporâneas dos Direitos Humanos”, que aconteceu dia 07 de junho, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas e reafirmou a intenção do governo do município em estruturar um órgão, que pretende efetivar a aplicação e monitoramento de políticas públicas, como   ações afirmativas de reparação e combate às desigualdades sociais, resultantes do processo histórico de exclusão e discriminação, voltadas para a população negra maceioense.
Anteriormente no dia 13 de maio, o prefeito Rui Palmeira já tinha se reunido com representantes do movimento alagoano, dentre eles o Instituto Raízes de Áfricas,  para debater o tema e nesse encontro já tinha afirmado a intenção para a criação do  órgão.
De acordo com Adriana, a intenção é garantir as  políticas públicas relativas aos direitos humanos na gestão Rui Palmeira. "Vamos pensar políticas públicas de forma unificada e, desta forma, otimizar os resultados e garantir uma cidade que preze pelo respeito e pela igualdade”, declarou.
O formato do órgão será montado a partir das experiências de outros municípios brasileiros que serão  expostas em Seminário,  a ser realizado pela Prefeitura de Maceió.  
A mesa de abertura foi composta pela coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, Arísia Barros, Mário Theodoro- consultor do Senado Federal, Adriana Toledo representando o prefeito Rui Palmeira, Rosário de Fátima representando a Secretária Ana Dayse Dórea.
Sobre a Sessão Diálogos.
A Sessão Diálogos: “Os 125 anos da Abolição Inconclusa e as Perspectivas Contemporâneas dos Direitos Humanos”, como formação continuada foi  aberta a todos os públicos e  traz como  objetivo instrumentalizar processos em favor  dos interesses  da população negra , no desenho e desenvolvimento das políticas públicas, nas estruturas de governo, como também alertar para  necessidades de continuidade desses mesmos processos.
Iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas a Sessão Diálogo contou com o apoio do Senado Federal, SECADI/MEC, Fundação Cultural Palmares, Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Prefeitura de Maceió, Secretaria de Estado da Mulher da Cidadania e dos Direitos Humanos, Sindicato dos Trabalhadores da UFAL – e  Municipal da Condição Feminina.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

II ENCONTRO DE MULHERES DE TERREIRO DO NORDESTE E III ENCONTRO DE MULHERES DE TERREIRO DA PARAÍBA


Evento realizado em João Pessoa, contado com um grande numero de mulheres, onde os estados representados foram: Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Maranhão.
Foi relatado alguns casos de violência as casas de Axé e encaminhada para o Ministério Público da Paraíba.
Com as presenças de Iya Marcelle de Xango ( Alagoas), Doné Renilda de Oxóssi , Mãe Mércia de Oxum ( In memorian), Mãe Gisélia de Oya, Mãe Dorioman,Mãe Izabel Barrozo Mãe Graça de Yemonja, Iyakekere Ana de Oxum, Mãe Chaguinha, Mãe Jurema preta, Ekedjis Laura Berquo, Ekedji Ronacélia, Ekedji Tãnia Maria de Oya, Ekedji Goreti Yalode  e IyaDagã Dulce todas da Paraíba. Mãe Lúcia de Oya, Mãe Fernanda de Osun,  Iyabasse Regina Barone e Ekedji Marcia de Nanã.






terça-feira, 16 de abril de 2013

MPE se reúne com líderes de religiões de matriz africana e discute combate à intolerância

ESCRITO POR RAFAEL CAVALCANTI BARRETO | 16 ABRIL 2013
POSTADO EM NOTÍCIAS EM DESTAQUE

 

Para os seguidores de religião de matriz africana, 'Xangô', orixá da Justiça, ajudou para que o evento desta terça-feira (16) fosse realizado. E o encontro foi, de fato, esclarecedor e teve um caráter educacional importante. Durante toda a manhã, no terreiro Ilê Axé Legionirê Nitó Xoroquê, localizado no complexo Benedito Bentes II, ocorreu a 1ª reunião da 61ª Promotoria de Justiça da Capital com pessoas ligadas ao Candomblé e a Umbanda. O encontro foi proposto pelo titular da referida Promotoria, promotor Flávio Gomes da Costa, e teve o objetivo de apresentar o Ministério Público Estadual de Alagoas aos pais e mães de santo e saber de que forma o MPE pode atuar no combate ao preconceito e à intolerância religiosos.

"Resolvemos fazer a audiência pública numa casa de santo exatamente para mostrar aos representantes das religiões afrodescendentes que nós estamos à disposição deles para ajudar naquilo que for necessário. Vamos agir no sentindo de exigir o fim do preconceito contra os credos de matriz africana e trabalhar para que tais comunidades possam exercer a sua profissão de fé em paz. O MPE quer respeito à liberdade religiosa, acima de qualquer coisa”, defendeu Flávio Gomes.

“Estamos muito felizes com essa iniciativa do Ministério Público. Apenas para que a sociedade tenha uma ideia do tamanho do preconceito que sofremos, há pessoas da nossa própria religião que têm medo de dizer lá fora que é do Candomblé. Elas sabem que serão alvo da intolerância de muitos cidadãos e, para evitar situações constrangedoras, negam suas origens, o que é péssimo para nós. Com essa abertura que nos foi dada, a partir deste momento, já sabemos a quem devemos recorrer quando precisarmos”, declarou a yalorixá mãe Zázi.

Para o superintendente de Cidadania e Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Geraldo Magela, o MPE foi pioneiro nesse tipo de comportamento. “É inovador. Nunca antes na história do Ministério Público houve uma audiência desse tipo dentro de um terreiro. Isso mostra que a instituição quer se aproximar do povo, independentemente de crença, raça, ideologia. Se o Estado já vinha contando com a parceria do MPE em determinadas situações de intolerância, agora então, esses laços serão estreitados, certamente. E garanto que a nossa parte continuará sendo feita de forma que consigamos atender aos anseios dessas comunidades”, disse ele.

O encontro foi encerrado com a apresentação de um ritual. “Foi um momento de agradecimento pelo sinal de respeito e consideração repassamos a nós. Finalmente teremos a oportunidade de mostrar para Alagoas que nós fazemos parte de religiões que também existem para trazer e levar o bem. Não participamos de rituais de magia negra, não cultuamos o diabo e nem fazemos quaisquer coisas que possam prejudicar outra pessoa. Reverenciamos nossos orixás, nossos cultos são aos desuses da natureza e todas as cerimônias realizadas são para buscar energias positivas”, esclareceu o pai Manoel, dono da casa de santo Ilê Axé Legionirê Nitó Xoroquê.

Comunidades tradicionais de Matriz Africana lutam para se manter vivas

No processo de luta pelas suas sobrevivências física, social e cultural, os seguidores de religiões de matriz africana utilizam variadas estratégias para não deixar que seus credos caiam no esquecimento e se descaracterizem. "Eles continuam brigando pela preservação e reinvenção das práticas tradicionais. Territórios de resistência política e cultural foram criados como espaços de enfrentamento da violência, do fortalecimento da identidade, da memória coletiva e de vivência das tradições de matriz africana. Entretanto, sobre essas comunidades, lideranças e demais integrantes, tem incidido, historicamente, extrema brutalidade em função do racismo e suas mazelas, pela negação de valor, de humanidade à ancestralidade africana no Brasil e o MPE não vai aceitar que aceitar que esse tipo de preconceito continue existindo", alertou Flávio Gomes.

domingo, 31 de março de 2013

Instituto Raízes de Áfricas discute a participação na VI Bienal Internacional do Livro

O embaixador da República de Cabo Verde, Daniel Antonio Pereira recebeu, no dia 22 de março, a visita da coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas,em Alagoas, professora Arísia Barros .

O encontro realizado na sede da embaixada, em Brasília teve como objetivo apresentar ao embaixador o convite para ser interlocutor junto a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para participação dos países africanos que fazem parte da CPLP das mesas de debate do Ígbà- Seminário Afro-Internacional, parte integrante da VI Bienal Internacional do Livro, que em sua quarta edição será realizada no período de 25 de outubro a 03 de novembro, no Centro de Convenções, em Maceió,AL

O ProjArisia-Barros2eto Ígbà- Seminário Afro-Internacional, terá como tema especifico: “A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e os Contributos para o Diálogo entre África e Brasil”.

A Bienal, coordenada pela professora Stela Lameiras, coordenadora da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) terá como percepção conceitual a cultura portuguesa e seu objetivo é oferecer acesso à cultura, caminho de extrema importância para garantir a inclusão social e melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Por Arisia Barros dos Santos

 

Fonte:

http://africas.com.br/portal/instituto-raizes-de-africas-discute-a-participacao-na-vi-bienal-internacional-do-livro-ufalal/#.UVg1B5PFXzw

sexta-feira, 22 de março de 2013

XANGÔ REZADO ALTO

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Xangô Rezado Alto reúne centenas de pessoas no Centro de Maceió

Evento lembrou os 101 anos do episódio chamado de "Quebra de Xangô", praticado em Maceió

DSCN0569_resizeReligiosos de matriz africana percorreram ruas do Centro de Maceió, na tarde desta quinta-feira (21), relembrando o episódio Quebra de Xangô, ato de violência praticado na madrugada do dia 1º para o dia 2 de fevereiro de 1912 contra as casas de culto afro-brasileiras de Alagoas. Promovido pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), o cortejo reuniu centenas de representantes de casas de matriz africana na Praça Dom Pedro II, que saíram em direção à Praça Visconde de Sinimbu, onde aconteceu um ato público. O evento faz parte do projeto “Xangô Rezado Alto”.

O Reitor da Uneal, prof. Jairo Campos afirmou, em seu discurso, que a “Universidade Estadual de Alagoas, juntamente com as instituições colaboradoras e apoiadoras deste evento, e, principalmente com os religiosos/as de matriz africana, principais protagonistas desta celebração, está tomando a iniciativa de realizarmos, pela segunda vez, a celebração do Xangô Rezado Alto, enquanto um evento e uma celebração do que acreditamos ser, um marco na questão da Igualdade Racial em nosso Estado”, pontuou.

Para a secretária Katia Born, a segunda edição consecutiva do projeto Xangô Rezado Alto visa elevar a autoestima das populações afrodescendentes, principalmente provocar o debate em torno do respeito à cultura negra no Estado. Acompanhada do superintendente de Direitos Humanos, Geraldo Majella,GetAttachment Katia lembrou que, em 2012, o ano do centenário do Quebra, o governador Teotonio Vilela Filho assinou um pedido oficial de perdão do GetAttachment (1)Governo de Alagoas às comunidades de terreiros e a todo o povo de Alagoas pelas barbaridades cometidas em 1º de fevereiro de 1912.

A mãe de santo mais velha em atividade no Estado de Alagoas, a mãe Miriam, de 70 anos, foi um dia de muita alegria. "Nós estamos aqui para celebrar a liberdade e hoje podemos rezar alto e a cultura afro tem o direito de comemorar essa festa", disse.
Diversos grupos e artistas participaram do evento que foi encerrado por volta das 22 horas.

http://www.uneal.edu.br/sala-de-imprensa/noticias/xango-rezado-alto-reune-centenas-de-pessoas-no-centro-de-maceio

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ATIVIDADE DA ABESJOBA NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL TEMÁTICO/2013

 

OFICINA PROVOCATIVA: desenvolvimento sustentável para um mercado negro

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por Ojuobá Richard Gomes

Diretor da ABESJOBA/Alagoas, coordenador do projeto Ajeun Ilera/Assobecaty, colaborador e coordenador da comissão de povos e comunidades tradicionais do Consea RS, conselheiro da saúde do município de Gravataí, multiplicador do projeto A cor da Cultura/Alagoas, produtor cultural da Oficina Madeira Rendada/Atelier Richard Nzazi, poeta nos intervalos...

Ago, descendentes de África,

Estou realizando uma oficina durante o Fórum Social Mundial Temático, que acontece em Porto Alegre, de 25 a 31 de janeiro deste ano de 2013.

A oficina traz ao debate pontos de interrogação que perturbam meu olhar aos acontecimentos cotidianos; e como bom aprendiz africanista, é a vivência que constrói meu conhecimento.

Diante disso, e da oportunidade que me foi criada pela Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, propus esta atividade interativa.

A oficina não pretende conceituar as causas da fome, da miséria, da situação da população ”em situação de vulnerabilidade” como está descrito em qualquer argumento que intencionam captar recursos advindos das ações executivas das políticas públicas; também não é um espaço para elogiar o governo federal ou qualquer governo, nem espaço para criticar suas inoperâncias.LOGO ABESJOBA base preta

No entanto, destacar, falar, pensar, elaborar sobre o que se quer quando falamos em etnodesenvolvimento, política para população negra, humanização da favela, universalizar a cultura afro, entre outras expressões, cujos resultados mais nobres levam a um mercado de exploração capitalista e a sua sustentação, não rompe com o processo histórico de subsocialização da cultura afrobrasileira.

Um discurso ideológico que conjuga em seu conteúdo, elementos que contradizem o padrão cultural estabelecido de pessoa, de beleza, de alimentação, da própria cultura, da criatividade, da pintura, de raiz, em fim, do ser, do fazer e do saber.

Sentimos seus efeitos capitalistadores de mentes nos afazeres do dia a dia como manifesta Mestre Renato Beaba em seu poema, comentado por mim na rede social:

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O afrodesenvolvimento como diretriz estratégica à conquista do nosso bem estar é, antes de tudo, entender que os povos tenham o controle dos seus recursos naturais, de suas organizações sociais, portanto para que essa pretensão aconteça, seu objetivo maior será a satisfação de necessidades básicas do maior número de pessoas, priorizar a visão e opinião das comunidades na busca de resoluções de problemas locais territoriais e recursos locais, relação equilibrada com o meio ambiente, promover uma ação integrada de base, valorizando atividades participativas e evitando a centralização das decisões, o que propõem uma outra compreensão de sistema, do qual as práticas ‘ideológicas” não estão dando conta no cotidiano. Aonde os valores civilizatórios que nossos ancestrais legaram, estão se moldando para “valores de captação de recursos”, a capoeira é a da academia, sem tradição; a religiosidade é comercial, até virtual; a fala tá virando livro e cdzinho pra velho ganhar àqüé; o comunitarismo só se manifesta em momento de adjó político... e a vivência é um show a parte, organizado por produtores contratados sem africanismo nem na unha.

“A oficina” é um ensaio de atividades objetivadas, compreendendo a organização de um empreendimento coletivo que tem como elemento pedagógico promotor da sequencia dialética prática-teoria-prática, onde o fazer exigirá permanentemente o saber, portanto a entrega teórica. É um processo de autocapacitação objetivada pela divisão técnica do trabalho, determinando a autogestão, a cooperatividade e a ação-saber, como gestores da intervenção local territorial.

Todos os convidados que receberem este convite, e por ventura aceitarem sua missão, estarão comprometidos em assumir sua tarefa no decorrer da oficina, que é de provocar o debate e promover a dúvida, pois nosso papel é de elaborar e para isso temos que questionar: por que? Para quê? O quê? Onde? Para onde? Por quem? Entre outras questões que venham a perturbar nossas mentes.

As políticas públicas supostamente “afirmativas”, somente promovem uma necessária ruptura com o modelo de desenvolvimento econômico concentrador e excludente, se houver ação afirmativa. Isto chama a sociedade para um debate acerca da “qualidade e quantidade” disponíveis do acesso a essas políticas ou ações de governos.

A inclusão produtiva é a mola mestra neste processo onde falamos em desenvolvimento socioeconômico. Entendemos que as políticas públicas são um fomento à estabilidade dos cidadãos que vivem nas comunidades e territórios, principalmente àqueles que estão em situação de fragilidade social. Quando dissertamos acerca de segurança/insegurança social, normalmente abordamos a quantidade e não a qualidade na ação da política e essa se torna paliativo assistencialista, na sua generalidade ativa, mesmo quando a política pública promove programas para intervenções no processo produtivo e de inclusão, nota-se a ausência de uma ação metodológica que acompanhe efetivamente o plano sistemático determinado. Nosso objeto de intervenção é pretenciosa no momento em que desafia os setores públicos e privados, neste especificamente os ditos dirigentes sociais, à ruptura com corporativismos funcionais e profissionais e venham investir esforço nessa ação, da inclusão produtiva transversal, intersetorial e sustentável. O mecanismo estratégico de desenvolvimento é, e a experiência comprova que a intersetorialidade, a diversidade e a equalização sustentável são o eixo que promove, qualifica e aperfeiçoa a ação pública.

A oficina realiza-se com o exercício prático-interativo, tendo como atividade objetivada a manipulação de fazeres, proporcionados pelos convidados e o facilitador; nesse processo da atividades produtiva ocorre o despertar da capacidade organizativa, tendo a entrega teórica temática como a identidade étnica e os valores civilizatórios afro-brasileiros e sua influência no cotidiano e como potencializar nossa criatividade afirmando nossas origens, memória e pertencimento. No fazer conversamos sobre a produção de motivos referentes às pessoas, convívio, cultura; falamos sobre etnia-raça, diversidade cultural gênero, sexualidade, temas que elevem o nível de conhecimento, consciência e interação social.cronograma

A proposta em si é realizar um ensaio de ação continuada para o desenvolvimento de um “mercado negro” não estereotipado e consolidante de resultados socioeconômicos aos coletivos que se desprenderem de suas correntes ideológicas conservantes.

Portanto, se você bate-tambor, penteia cabelo afro, pinta, molda, cozinha, reza, canta, brinca, ensina, administra, pratica...

Venha e interaja, somos negros em processo de enegrecimento

 

APOIO:

ASSOBECATY/RSABESJOBA/AL – PROJETO AJEUN ILERA

FRENTE NACIONAL DE MULHERES NO HIP HOP REGIONAL SUL

FLOR DO GUETO PRODUTORA