Em homenagem ao Dia Nacional da Umbanda, institucionalizado pelo Decreto Lei 12.644, de 16 de maio de 2012, o ILÊ AXÉ XANGÔ AGANJU, realizou encontro de acolhimento da comunidade e o Sistema Público de Saúde_ SUS.
As mãos têm grande importância para os rituais da Matriz Africana. É através das mãos que se transmite o axé, se massera as ervas,
a Mãe de Santo_ aquela que cuida do ori-axé_ fazem isso pondo a mão na cabeça dos seus filhos sagrados. As mãos são importantes,
também, na vida do homem: elas são usadas para lavar o rosto, pegar os instrumentos de trabalho na roça, levar a comida à boca, acariciar
as crianças, escrever, coçar, acenar.
Na mitologia africana não há conceito para “o bem e o mal”, tudo o que fazemos tem consequências, e por essas consequências somos responsáveis. Se praticamos saúde, teremos saúde como resultado; se praticamos doença, doença teremos como resultado.
Podemos afirmar que nossas mãos transmitem tanto o bem quanto o mal.
Quando alimentamos o cachorrinho de estimação, pondo um biscoito em sua boca, e logo depois acariciamos a pessoa amada que está conosco, ou levamos a mão a nossa boca, isso é bom ou mau? A mão precisa ser limpada, lavada com bastante água e sabão, pois nesse simples movimento poderá estar infectando nosso corpo ou de outra pessoa com milhões de bactérias nocivas.
A comunidade do Village Campestre II, compareceu e participou atentamente das orientações da Unidade da Saúde da Família (USF), do Sistema Único de Saúde, cuja gestão é de responsabilidade do Município de Maceió, através da Secretaria Municipal da Saúde.
E o povo vai se aprochegando, se ajeitando no salão do terreiro de Xangô…
As orientações passam pela conversação, a oralidade e o fazer prático para memorizar o que foi ensinado ou orientado.
O Sistema Único de Saúde_ SUS, tem como princípios a UNIVERSALIDADE, ou seja é para todos, independente de credo, cor, etnia, gênero, cultura; a INTEGRALIDADE, ou seja, faz a saúde toda, do começo ao fim. Para isso tem que compreender aonde está e quem é o seu usuário, sua cultura, religião, etnia, cor, se é homem ou mulher, criança ou adulto ou mais velho, qual a sua orientação sexual, por que não somos todos iguais; e a EQUIDADE, ou seja, o sistema público de saúde, tendo claro que somos diferentes, busca a realizar um serviço que atenda as necessidades de todos (os diferentes) da mesma forma, buscando a harmonização, o equilíbrio. Por isso o tratamento diferenciado para homens e mulheres, crianças – idosos e adultos, homossexuais e heteros, negros, índios, ciganos, pessoas com deficiência, mulheres grávidas e mulheres jovens. TUDO faz parte do Sistema e ele tem que olhar sempre para todos, e todos_ através da participação social e ‘'do controle social, devem permanentemente olhar para o sistema.
Sabendo que se não lavarmos as mãos podemos transmitir doenças para nosso corpo e também para outras pessoas, entendemos que a PREVENÇÃO é o melhor remédio.
Lavar as mãos é um hábito que vamos praticar todos os dias, no entanto, para que o corpo fique saudável, sem veminoses, a equipe da Unidade de Saúde Familiar_ USF, ministrou a distribuição de anti-helmíticos, que são remédios que combatem os vermes, gerados por bactérias que entram em nosso corpo, principalmente, PELAS MÃOS mal-lavadas.
“A Família do Ilê Axé Xangô Aganju acolhe o SUS, e estabelece parceria com o poder Público”, diz Marcelle de Xangô, Iyalorixá do Terreiro.
Fotos de Marcelle Bulhões e Isis Lessa